A Diretoria Geral da Aviação Civil (DGCA), responsável pela regulamentação e segurança aérea na Índia, emitiu uma advertência formal à Air India por recorrentes falhas na gestão da escala de tripulação. Como resposta imediata, a companhia aérea foi instruída a afastar três funcionários-chave de suas funções operacionais e abrir processos disciplinares internos.
A ação ocorre num momento delicado para a companhia do grupo Tata, que ainda enfrenta as repercussões do acidente com um Boeing 787-8 em Ahmedabad, ocorrido em 12 de junho. Embora as falhas apontadas pela DGCA não estejam diretamente relacionadas ao acidente, o episódio voltou a colocar os protocolos operacionais da empresa sob intensa vigilância pública.
De acordo com fontes internas, os afastamentos envolvem o vice-presidente divisional Choorah Singh, a gerente-chefe de operações de voo Pinky Mittal, e a integrante da equipe de planejamento de escalas Payal Arora. Segundo o regulador, os três foram identificados como responsáveis por lapsos repetitivos, como escalações irregulares, violações de normas de licenciamento e falhas sistêmicas de supervisão.
As infrações foram detectadas após a implementação de um novo sistema de gerenciamento de tripulação e, em parte, relatadas voluntariamente pela própria Air India. No entanto, a DGCA destacou que tais relatos apenas evidenciam fragilidades estruturais no controle interno e na responsabilização dos gestores envolvidos.
A DGCA também alertou que, em caso de novas infrações relacionadas à programação de tripulação ou ao tempo máximo de voo, a empresa poderá enfrentar sanções mais severas, incluindo multas, suspensão de licenças ou até retirada de autorizações operacionais.
Paralelamente, o órgão emitiu uma notificação de justa causa exigindo explicações sobre dois voos entre Bengaluru e Londres (AI13), realizados em maio, que ultrapassaram o limite máximo de 10 horas de tempo de voo. A Air India terá até sete dias para justificar o ocorrido e evitar penalidades adicionais.
Em nota oficial, a Air India confirmou que está cumprindo a ordem do regulador. A companhia comunicou que o Diretor de Operações assumirá a supervisão direta do Centro Integrado de Controle de Operações (IOCC) e reforçou seu compromisso com os padrões de segurança aérea.
“Estamos comprometidos com a conformidade total dos regulamentos de segurança e operacionais. As instruções da DGCA já estão sendo implementadas”, declarou um porta-voz da companhia, sem fornecer mais detalhes.
Até o momento, a empresa não emitiu uma resposta pública sobre a notificação relacionada aos voos intercontinentais que ultrapassaram o tempo regulamentar.